quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ponto Morto

Os tempos se exauriram
Os caminhos se fecharam
Os filões são esgotados
Aquelas veredas abertas há cem ou duzentos anos
nos trouxeram aonde estamos
mas não nos levam além
Parados em pleno desvio
Aqui agora livres
Desarraigados desapegados desprogramados
Desabitados das velhas idéias
Desabituados de antigos procedimentos
Desaculturados
Sem já mais prestar culto aos ancestrais
Cruzamos a linha de chegada pisando fundo no ponto de partida
Onde tudo se acaba é que tudo se inicia
É bom que me lembre antes que me esqueça
Afinal todo fim é um novo começo
Quando engato o ponto morto aí mesmo é que ressuscito.

Alberto Centurião
Sampa, 23/11/2007