Palavra por palavra tatuada
Sobre a mítica epiderme da cultura
Na torrente das imagens consumadas
Vai um poeta desde o berço à sepultura.
Num fraseado em aparente desalinho
Faz a escritura rigorosae sincopada,
Auto grafando-se o artista em torvelinho
Sobre a folha de papel dermificada.
De assonância em assonância ele descreve
O paraíso interior do seu martírio
Onde se atreve a ser eterno sendo breve.
Na escuridão luminescente do delírio
Distende a corda desse arco que descreve
Dor e delícia desde o cisco até o colírio.
Alberto Centurião
Sampa, 26/08/2007