domingo, 2 de março de 2008

A Tatuagem, o Cisco e o Colírio

Palavra por palavra tatuada
Sobre a mítica epiderme da cultura
Na torrente das imagens consumadas
Vai um poeta desde o berço à sepultura.

Num fraseado em aparente desalinho
Faz a escritura rigorosae sincopada,
Auto grafando-se o artista em torvelinho
Sobre a folha de papel dermificada.

De assonância em assonância ele descreve
O paraíso interior do seu martírio
Onde se atreve a ser eterno sendo breve.

Na escuridão luminescente do delírio
Distende a corda desse arco que descreve
Dor e delícia desde o cisco até o colírio.

Alberto Centurião
Sampa, 26/08/2007

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