mais hum ano que se vai
que venha mais humano
(Sampa, 31/12/2011)
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Escrever poesia
Será fuga escrever poesia?
Tanta coisa acontecendo o mundo desmoronando
e o poeta concertando as palavras sobre a linha
vivendo da mão pra boca entre o quarto e a cozinha
tanta coisa produtiva o poeta poderia
mas cisma escrever poesia
Vale a pena fazer poesia?
Uma coisa assim desimportante
tão sem valor de mercado não rende juros de mora
inútil à economia e aos jogos de poder
por que gastar tempo e tinta
com códigos obscuros que pouca gente valora
Será um tolo o poeta?
Que sabe falar bonito é inquestionável
mas sabendo assim falar com tal estro e maestria
que falas produziria se falasse claramente
coisas práticas e úteis ao mundo real atinentes
influenciar e produzir o poeta poderia
Será recuperável o poeta?
Os amigos do poeta se não dizem se perguntam
se em vez de gastar seu verbo com flores verbais
que não faria o poeta entre flores vegetais
qualquer serviço ou produto teria melhor vendagem
do que essas gratuitas graças dos enigmas geniais
Será feliz o poeta?
Sabendo bem dessas coisas ele sorri com amargura
se as folhas produzidas fossem folhas de verdura
quitandeiro ou quituteiro de sucesso poderia
mas sua felicidade está em compartilhar
essa coisa indefinível inútil bela terrível
Vale a pena a poesia?
Se eu morresse amanhã pensa o artífice imprestável
por que seria lembrada no mundo a minha passagem
se não pela seiva inútil dessas mensagens cifradas
pelas quais eu distribuo coisas que não têm preço
a gente que não sei quem que sente como eu também
AC - Sampa 19/11/2007
Tanta coisa acontecendo o mundo desmoronando
e o poeta concertando as palavras sobre a linha
vivendo da mão pra boca entre o quarto e a cozinha
tanta coisa produtiva o poeta poderia
mas cisma escrever poesia
Vale a pena fazer poesia?
Uma coisa assim desimportante
tão sem valor de mercado não rende juros de mora
inútil à economia e aos jogos de poder
por que gastar tempo e tinta
com códigos obscuros que pouca gente valora
Será um tolo o poeta?
Que sabe falar bonito é inquestionável
mas sabendo assim falar com tal estro e maestria
que falas produziria se falasse claramente
coisas práticas e úteis ao mundo real atinentes
influenciar e produzir o poeta poderia
Será recuperável o poeta?
Os amigos do poeta se não dizem se perguntam
se em vez de gastar seu verbo com flores verbais
que não faria o poeta entre flores vegetais
qualquer serviço ou produto teria melhor vendagem
do que essas gratuitas graças dos enigmas geniais
Será feliz o poeta?
Sabendo bem dessas coisas ele sorri com amargura
se as folhas produzidas fossem folhas de verdura
quitandeiro ou quituteiro de sucesso poderia
mas sua felicidade está em compartilhar
essa coisa indefinível inútil bela terrível
Vale a pena a poesia?
Se eu morresse amanhã pensa o artífice imprestável
por que seria lembrada no mundo a minha passagem
se não pela seiva inútil dessas mensagens cifradas
pelas quais eu distribuo coisas que não têm preço
a gente que não sei quem que sente como eu também
AC - Sampa 19/11/2007
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poesia
domingo, 18 de dezembro de 2011
só
minha vida é um faz de contas impagáveis
meus assuntos são defuntos insepultos
e a lua é só uma bola pelo espaço
(AC - Sampa, 18/12/2011)
meus assuntos são defuntos insepultos
e a lua é só uma bola pelo espaço
(AC - Sampa, 18/12/2011)
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
instabilidades ocasionais
um dia ensolarado
outro dia enxovalhado
AC – Sampa, 11/12/2011
outro dia enxovalhado
AC – Sampa, 11/12/2011
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visão
meus olhos sedentos
bebem do teu olhar
meu peito jorra luz
Alberto Centurião
Sampa, 04/01/2008
bebem do teu olhar
meu peito jorra luz
Alberto Centurião
Sampa, 04/01/2008
sábado, 10 de dezembro de 2011
caindo fora
cansei da idade do bronze
vim de mudança pra dois mil e onze
mas não deu certo estou caindo fora
um tempo novo só se for agora
envelheço mas não perco a pose
vou curtir a vida em dois mil e doze
AC - Sampa, 10/12/2011
vim de mudança pra dois mil e onze
mas não deu certo estou caindo fora
um tempo novo só se for agora
envelheço mas não perco a pose
vou curtir a vida em dois mil e doze
AC - Sampa, 10/12/2011
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segunda-feira, 28 de novembro de 2011
a gênese da ação
da mente à mão / à boca
o pensamento torna-se palavra
a ideia converte-se em ação
a alma toma corpo
e a vida vira via
quando o verbo se faz carne
e habitamos em nós
AC - 1.996
o pensamento torna-se palavra
a ideia converte-se em ação
a alma toma corpo
e a vida vira via
quando o verbo se faz carne
e habitamos em nós
AC - 1.996
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Madeira de Lei
um artista é fruto vivo da terra
brota do chão
feito um roçado de arroz ou de feijão
emerge do solo da sociedade e da raça
rosa florindo espinhos
espinhos formando um peixe
peixes formando um signo
de liberdade e beleza
um artista é uma árvore:
quanto mais alto se eleva
mais fundo faz seu mergulho
e se o artista se fina
seu tronco não se elimina
produz madeira de lei
(AC - Anos 70...)
brota do chão
feito um roçado de arroz ou de feijão
emerge do solo da sociedade e da raça
rosa florindo espinhos
espinhos formando um peixe
peixes formando um signo
de liberdade e beleza
um artista é uma árvore:
quanto mais alto se eleva
mais fundo faz seu mergulho
e se o artista se fina
seu tronco não se elimina
produz madeira de lei
(AC - Anos 70...)
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terça-feira, 8 de novembro de 2011
Eu gosto de gente
É bom encontrar pessoas,
abraçar corpos humanos,
conviver, conversar.
Passear, intercambiar pensamentos,
estimulando a mente à renovação criativa.
É nas trocas afetivas que me reconforto e reencontro.
Tem gente que gosta de bichos,
gente que gosta de plantas.
Eu gosto de plantas e bichos,
mas gosto mesmo é de gente.
Com seu alarido, seu desengonço,
seu mau-humor e cansaço.
Gente que não se encontra,
que se desencontra e discute e se bate.
Gente que pensa e, mais do que sente, pressente.
Gente voluntariosa, que não obedece,
que pensa e discorda.
Gente cheia de vontades,
que não sabe ao certo o que quer,
mas sabe que quer e tenta encontrar,
sabendo tão bem o que faz questão de perder.
Gente que pode ser muito decente,
mas que não é inocente.
Nada melhor que o bicho-gente,
das reações impertinentes.
Imprevisível animal,
ante o qual não convém, jamais, se desarmar.
Ser da mesma natureza,
o único com o qual podemos dialogar.
Manso ou fera, o bicho-gente
é o companheiro perfeito para fazer desta terra
meu inferno indispensável
e meu paraíso possível.
AC, mil novecentos e oitenta e poucos.
abraçar corpos humanos,
conviver, conversar.
Passear, intercambiar pensamentos,
estimulando a mente à renovação criativa.
É nas trocas afetivas que me reconforto e reencontro.
Tem gente que gosta de bichos,
gente que gosta de plantas.
Eu gosto de plantas e bichos,
mas gosto mesmo é de gente.
Com seu alarido, seu desengonço,
seu mau-humor e cansaço.
Gente que não se encontra,
que se desencontra e discute e se bate.
Gente que pensa e, mais do que sente, pressente.
Gente voluntariosa, que não obedece,
que pensa e discorda.
Gente cheia de vontades,
que não sabe ao certo o que quer,
mas sabe que quer e tenta encontrar,
sabendo tão bem o que faz questão de perder.
Gente que pode ser muito decente,
mas que não é inocente.
Nada melhor que o bicho-gente,
das reações impertinentes.
Imprevisível animal,
ante o qual não convém, jamais, se desarmar.
Ser da mesma natureza,
o único com o qual podemos dialogar.
Manso ou fera, o bicho-gente
é o companheiro perfeito para fazer desta terra
meu inferno indispensável
e meu paraíso possível.
AC, mil novecentos e oitenta e poucos.
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sexta-feira, 4 de novembro de 2011
o nada e o todo
a gestante do móvel
está no ponto de partida do nada
a matriz do fixo
está na raiz do todo
entre tudo e nada
a fratura
entre o transitório e o eterno
o abismo
entre o que não e o que é
o tempo
entre existir e ser
a vida
entre o ser e o destino
a vontade
na fratura
entre o abismo e o tempo
a vida transita
do nada ao todo
entre o fragmento e o vitral
a luz faz a música
AC - Sampa, terça-feira gorda 05/02/2008
está no ponto de partida do nada
a matriz do fixo
está na raiz do todo
entre tudo e nada
a fratura
entre o transitório e o eterno
o abismo
entre o que não e o que é
o tempo
entre existir e ser
a vida
entre o ser e o destino
a vontade
na fratura
entre o abismo e o tempo
a vida transita
do nada ao todo
entre o fragmento e o vitral
a luz faz a música
AC - Sampa, terça-feira gorda 05/02/2008
sobre o medo
o medo é um sentimento insidioso
que penetra nas entranhas do ser
ou é gerado dentro delas
sei lá
o caso é que
estando ali alojado
desfibra corrói amolece apodrece
o medo é uma toxina
que se infiltra por capilaridade
e uma vez impregnada injetada inseminada
é feito uma resina que a tudo contamina
degrada os fluidos orgânicos
distorce a percepção
sequestra a lógica
instala tal sentido de urgência
que o sujeito
de medo intoxicado
entre agredir ou fugir às vezes fica parado
herói paspalho e covarde reconhecem muito bem
agressão inércia fuga são três respostas possíveis
aos três estágios do medo
numa escala graduada entre pânico e receio
entre certeza e suspeita
entre a reles ilusão e a completa alucinação
vacila o cidadão
do terror mais deslavado à fúria descontrolada
a exposição prolongada ao medo
faz ficar exasperado em constante irritação
além de ser graduado o medo tem muitas faces
medo de ter ou carecer
de ver ou saber
de ser agredido perseguido aniquilado
ameaça presente do futuro ou do passado
de fonte certa ou incerta
mas o medo que mais ameaça
por mais seja descabido
é o medo descomunal que causa o desconhecido
cuja ameaça é maior pior mais tenaz perniciosa
porque o medo estando dentro
destila o seu veneno por via intravenosa
secreta hormônios trilha neurônios
e acorda monstros reconhecíveis críveis por mais incríveis
porque habitando dentro
conhecem como ninguém fraturas falhas fissuras
incoerências secretas ridículos taras demências
em que o ser se atormenta se delicia ou compraz
o medo é feito um espelho que reflete o que há por dentro
vísceras e desejos revirados luz e treva entreverados
por isso que o mestre medo é um professor detestado
que castiga mas ensina o aluno matriculado
na disciplina da vida cujo nome é coragem
a erguer com desassombro o novo sobre os escombros
AC - Sampa 19/11/2007
que penetra nas entranhas do ser
ou é gerado dentro delas
sei lá
o caso é que
estando ali alojado
desfibra corrói amolece apodrece
o medo é uma toxina
que se infiltra por capilaridade
e uma vez impregnada injetada inseminada
é feito uma resina que a tudo contamina
degrada os fluidos orgânicos
distorce a percepção
sequestra a lógica
instala tal sentido de urgência
que o sujeito
de medo intoxicado
entre agredir ou fugir às vezes fica parado
herói paspalho e covarde reconhecem muito bem
agressão inércia fuga são três respostas possíveis
aos três estágios do medo
numa escala graduada entre pânico e receio
entre certeza e suspeita
entre a reles ilusão e a completa alucinação
vacila o cidadão
do terror mais deslavado à fúria descontrolada
a exposição prolongada ao medo
faz ficar exasperado em constante irritação
além de ser graduado o medo tem muitas faces
medo de ter ou carecer
de ver ou saber
de ser agredido perseguido aniquilado
ameaça presente do futuro ou do passado
de fonte certa ou incerta
mas o medo que mais ameaça
por mais seja descabido
é o medo descomunal que causa o desconhecido
cuja ameaça é maior pior mais tenaz perniciosa
porque o medo estando dentro
destila o seu veneno por via intravenosa
secreta hormônios trilha neurônios
e acorda monstros reconhecíveis críveis por mais incríveis
porque habitando dentro
conhecem como ninguém fraturas falhas fissuras
incoerências secretas ridículos taras demências
em que o ser se atormenta se delicia ou compraz
o medo é feito um espelho que reflete o que há por dentro
vísceras e desejos revirados luz e treva entreverados
por isso que o mestre medo é um professor detestado
que castiga mas ensina o aluno matriculado
na disciplina da vida cujo nome é coragem
a erguer com desassombro o novo sobre os escombros
AC - Sampa 19/11/2007
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
liberdade adicional
"a sua liberdade termina onde a minha começa"
diz quem sabe limitar
podar restringir regular proibir
liberdade que impõe limites
a si própria se limita
liberdade é antes encontro
acréscimo horizonte complemento
adição de possibilidades
para quem quer ser livre
a liberdade do outro
é condição indispensável
onde começa a sua liberdade
é que começo a ser livre
AC - Sampa, 02/11/2011
diz quem sabe limitar
podar restringir regular proibir
liberdade que impõe limites
a si própria se limita
liberdade é antes encontro
acréscimo horizonte complemento
adição de possibilidades
para quem quer ser livre
a liberdade do outro
é condição indispensável
onde começa a sua liberdade
é que começo a ser livre
AC - Sampa, 02/11/2011
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Liberdades
minha rua continua
nos passos da sua rua
liberdade vira via
onde a outra principia
AC - Sampa, 01/11/2011
nos passos da sua rua
liberdade vira via
onde a outra principia
AC - Sampa, 01/11/2011
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
A chegada da felicidade
A felicidade farfalha suas asas de fada em volta de mim. Abraça-me com seus braços inefáveis e fustiga meu coração com rajadas de vento renovador. A felicidade é uma semente plantada em vias de germinação, um sonho ainda apenas entrevisto, uma sensação que já inspira emoções mas ainda não foi racionalizada. Invisível, porém sensível, é véspera, vésper, madrugada.
Dizem que ela não existe porque não conseguem tocá-la, afagá-la, catalogá-la, classificá-la, aprisioná-la. Não se tocam que é ela que toca, afaga, anima, alenta, acaricia. Transcende a catálogos, classes e categorias, sopra onde quer e chega quando bem entende, porque só ela sabe a hora certa de chegar. Porque é livre, ou melhor, porque é liberdade.
A felicidade quando vem transforma tudo, começando por mim ou, antes ainda, pelo hálito mental que exala minha mente atormentada. Primeiro algo se transforma à minha volta sem que eu me dê conta, depois me dá uma vontade de cantar, uma emoção imprecisa se avoluma e vai tomando conta de mim. Somente depois é que começam a chegar idéias, mas antes delas ainda uma vontade de agir, fazer acontecer não sei precisamente o que.
É então que me ponho em ação, reverberando o movimento interior que já todo me anima. Para agir preciso pensar, plasmar, elaborar, urdir um plano, traçar um caminho, projetar um destino, fazendo existir a vergôntea, broto, plantinha, do que antes era apenas semente, gérmen, hipótese. Rompendo a semente, a pretensa árvore espia fora do solo em projeção antigravitacional do solo ao sol, brotação fragílima e já árvore, como sempre houvera sido desde semente.
Tocado por essas asas inefáveis, rebento-me em idéias novas e alço vôo rumo à felicidade de fazer o que me apraz, sem nem sempre perceber que o que faço é apenas o reflexo de um movimento maior, que se dá em sentido inverso, quando a felicidade vem de não sei onde e se aproxima de mim.
Sou grato a esse influxo generoso que me felicita com idéias, metas, projetos. Sinto-me tão bem em realizá-los, a tal ponto me identifico com eles, que às vezes chego a pensar que são meus esses projetos, minhas essas idéias, e que a meta mal por mim entremirada seja de fato a meta a ser um dia alcançada.
AC - Sampa, 19/09/2010.
Dizem que ela não existe porque não conseguem tocá-la, afagá-la, catalogá-la, classificá-la, aprisioná-la. Não se tocam que é ela que toca, afaga, anima, alenta, acaricia. Transcende a catálogos, classes e categorias, sopra onde quer e chega quando bem entende, porque só ela sabe a hora certa de chegar. Porque é livre, ou melhor, porque é liberdade.
A felicidade quando vem transforma tudo, começando por mim ou, antes ainda, pelo hálito mental que exala minha mente atormentada. Primeiro algo se transforma à minha volta sem que eu me dê conta, depois me dá uma vontade de cantar, uma emoção imprecisa se avoluma e vai tomando conta de mim. Somente depois é que começam a chegar idéias, mas antes delas ainda uma vontade de agir, fazer acontecer não sei precisamente o que.
É então que me ponho em ação, reverberando o movimento interior que já todo me anima. Para agir preciso pensar, plasmar, elaborar, urdir um plano, traçar um caminho, projetar um destino, fazendo existir a vergôntea, broto, plantinha, do que antes era apenas semente, gérmen, hipótese. Rompendo a semente, a pretensa árvore espia fora do solo em projeção antigravitacional do solo ao sol, brotação fragílima e já árvore, como sempre houvera sido desde semente.
Tocado por essas asas inefáveis, rebento-me em idéias novas e alço vôo rumo à felicidade de fazer o que me apraz, sem nem sempre perceber que o que faço é apenas o reflexo de um movimento maior, que se dá em sentido inverso, quando a felicidade vem de não sei onde e se aproxima de mim.
Sou grato a esse influxo generoso que me felicita com idéias, metas, projetos. Sinto-me tão bem em realizá-los, a tal ponto me identifico com eles, que às vezes chego a pensar que são meus esses projetos, minhas essas idéias, e que a meta mal por mim entremirada seja de fato a meta a ser um dia alcançada.
AC - Sampa, 19/09/2010.
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quinta-feira, 15 de setembro de 2011
sábado, 3 de setembro de 2011
provisório e permanente
na fila do check in
na fila do check in
na sala de embarque
aeronaves voam na janela
e eu aqui
em terra
provisoriamente
na terra
provisoriamente
presente
permanentemente
presente
perenemente
presente
eternamente
presente
AC - CWB, 30/08/2011
na fila do check in
na sala de embarque
aeronaves voam na janela
e eu aqui
em terra
provisoriamente
na terra
provisoriamente
presente
permanentemente
presente
perenemente
presente
eternamente
presente
AC - CWB, 30/08/2011
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terça-feira, 30 de agosto de 2011
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
lauda
o fascínio de uma folha em branco
as palavras ainda não estão lá
as ideias ainda não estão cá
tudo
por
vir
véspera víspora vípera
sensações reverberam
mas ainda não verberam
hipóteses
teses
tesão
texto ponto
pronto o texto evola-se da folha
que volta para a pilha
maculada pela maravilha
AC – Sampa, 28/07/2011
as palavras ainda não estão lá
as ideias ainda não estão cá
tudo
por
vir
véspera víspora vípera
sensações reverberam
mas ainda não verberam
hipóteses
teses
tesão
texto ponto
pronto o texto evola-se da folha
que volta para a pilha
maculada pela maravilha
AC – Sampa, 28/07/2011
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espinhos
dor é um espinho d’alma cravado na carne
paixão é um espinho de carne cravado n’alma
amor é uma rosa d’alma brotada no espinheiro da carne
AC – Curitiba, 30/07/2011
paixão é um espinho de carne cravado n’alma
amor é uma rosa d’alma brotada no espinheiro da carne
AC – Curitiba, 30/07/2011
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
para mim mesmo, às vésperas e completar 60 anos
cansei de lutar para ser o alfa da matilha
agora quero entrar para o conselho dos anciãos
ser mais um guardião da sabedoria
até não ter mais forças para seguir com a tribo
e ser deixado para trás
reintegrando-me aos lobos
pela cadeia alimentar
AC - Sampa, 2011
agora quero entrar para o conselho dos anciãos
ser mais um guardião da sabedoria
até não ter mais forças para seguir com a tribo
e ser deixado para trás
reintegrando-me aos lobos
pela cadeia alimentar
AC - Sampa, 2011
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sábado, 23 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
segunda-feira, 27 de junho de 2011
pororoquinha metafórica
o rio corre ao contrário
o mar entra pela terra
levantando uma barragem
ao rio que fraco reflui
mas embora seja o mar
forte e às vezes bravio
por fim quem vence é o rio
porque mais do que franzino
seu curso mole é constante
já o mar de maré cheia
torna-se em pouco vazante
embora fraco e molenga
não é somente por conta
da sua perseverança
que o rio vence a pendenga
é porque a água do rio
se mistura com a do mar
até que o mar já não sabe
se a água é dele ou do rio
porque água é sempre água
quer seja doce ou salgada
seja de mar ou de rio
e não vendo a diferença
que diferença não há
o mar recolhe e recua
porque tudo sendo água
se acaba a desavença
ah se os homens aprendessem
que assim feito mar e rio
nós temos corpos de água
e se o rio vence o confronto
quem sai ganhando é o mar
que se alimenta da água
que o rio lhe vai despejar
Alberto Centurião
Pauba, 25/06/2011
o mar entra pela terra
levantando uma barragem
ao rio que fraco reflui
mas embora seja o mar
forte e às vezes bravio
por fim quem vence é o rio
porque mais do que franzino
seu curso mole é constante
já o mar de maré cheia
torna-se em pouco vazante
embora fraco e molenga
não é somente por conta
da sua perseverança
que o rio vence a pendenga
é porque a água do rio
se mistura com a do mar
até que o mar já não sabe
se a água é dele ou do rio
porque água é sempre água
quer seja doce ou salgada
seja de mar ou de rio
e não vendo a diferença
que diferença não há
o mar recolhe e recua
porque tudo sendo água
se acaba a desavença
ah se os homens aprendessem
que assim feito mar e rio
nós temos corpos de água
e se o rio vence o confronto
quem sai ganhando é o mar
que se alimenta da água
que o rio lhe vai despejar
Alberto Centurião
Pauba, 25/06/2011
sábado, 25 de junho de 2011
haikai e trova na praia
moça de biquini
a onda lambe-lhe os pés
galante tsumini
coração com anagrama
menina escreve na areia
a onda vem e esparrama
o coração devaneia
AC − Pauba, 24/06/2011
a onda lambe-lhe os pés
galante tsumini
coração com anagrama
menina escreve na areia
a onda vem e esparrama
o coração devaneia
AC − Pauba, 24/06/2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
serpenteando
serpente ou não ser
ser ou não serpente
estou careca de saber
pensa a serpente
a serpentear
(Sampa, 13/06/2011).
ser ou não serpente
estou careca de saber
pensa a serpente
a serpentear
(Sampa, 13/06/2011).
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segunda-feira, 13 de junho de 2011
O artista e seu retrato quando velho
tem vezes que a gente faz coisas que não se faz
e sabe que não devia
mas faz e depois se arrepende
e sente vergonha
medo repulsa dó desalento
mas já fez e está feito
e bate uma baita tristeza
e o coração se oprime
e um peso aperta o peito de um jeito
que o osso do peito sente a pressão
mas já não tem jeito
o que está feito está feito
então o jeito é juntar os cacos
com soldar o que sobrou
tratar de refazer o próprio ego
ferido despedaçado
o dia desperdiçado
e já que não tem conserto
o que foi feito foi feito
consertar a auto-imagem
juntando toda a coragem
para encarar no espelho do fato
o próprio auto-retrato
e decidir fazer com novos atos
novos fatos
para um novo auto-retrato
mais ao gosto do artista
que faz do gesto pincel
e na tela da vida usa o matiz da palavra
para o estudo frustrado recobrir com novas telas
mais do seu jeito mais belas
que o artista sem retoques não seria irretocável
e à custa de repintar-se o artista se reconstrói
recriando os próprios atos
até recriado inteiro tornar-se iguaria fina
o artista quando velho é a própria obra-prima
Alberto Centurião
Joinville, 28/11/2007
e sabe que não devia
mas faz e depois se arrepende
e sente vergonha
medo repulsa dó desalento
mas já fez e está feito
e bate uma baita tristeza
e o coração se oprime
e um peso aperta o peito de um jeito
que o osso do peito sente a pressão
mas já não tem jeito
o que está feito está feito
então o jeito é juntar os cacos
com soldar o que sobrou
tratar de refazer o próprio ego
ferido despedaçado
o dia desperdiçado
e já que não tem conserto
o que foi feito foi feito
consertar a auto-imagem
juntando toda a coragem
para encarar no espelho do fato
o próprio auto-retrato
e decidir fazer com novos atos
novos fatos
para um novo auto-retrato
mais ao gosto do artista
que faz do gesto pincel
e na tela da vida usa o matiz da palavra
para o estudo frustrado recobrir com novas telas
mais do seu jeito mais belas
que o artista sem retoques não seria irretocável
e à custa de repintar-se o artista se reconstrói
recriando os próprios atos
até recriado inteiro tornar-se iguaria fina
o artista quando velho é a própria obra-prima
Alberto Centurião
Joinville, 28/11/2007
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sabedoria,
transformação
terça-feira, 7 de junho de 2011
reencarnator
um corpo para muitas almas
reencarnação às avessas
o ator merece palmas
AC – Sampa 07/06/2011
reencarnação às avessas
o ator merece palmas
AC – Sampa 07/06/2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Seis horas
Um sino tange
um som pungente
de velhos poetas
na volta do tempo
Há sombras de nuvens que passam
devagar como se parassem
e um antiquado sol amarelado
na beira da estrada apascentando ovelhas
Uma poeirinha
subindo de mansinho
qual tímida nuvenzinha
que vai sumindo devagarinho
até ficar paradinha e fininha
penduradinha no ar bem quietinha
Então
mais parado ainda
recomeça o lento movimento lento
e a gema de ovo do sol
vai cair na frigideira do ocaso
na floresta fogueira imensa
e o horizonte em volta dele-gema
fica coalhado de nuvens-claras
e quando bem frito fica pronta
a bela noite-estrelada
Alberto Centurião
Sampa, lá pelos anos 70
um som pungente
de velhos poetas
na volta do tempo
Há sombras de nuvens que passam
devagar como se parassem
e um antiquado sol amarelado
na beira da estrada apascentando ovelhas
Uma poeirinha
subindo de mansinho
qual tímida nuvenzinha
que vai sumindo devagarinho
até ficar paradinha e fininha
penduradinha no ar bem quietinha
Então
mais parado ainda
recomeça o lento movimento lento
e a gema de ovo do sol
vai cair na frigideira do ocaso
na floresta fogueira imensa
e o horizonte em volta dele-gema
fica coalhado de nuvens-claras
e quando bem frito fica pronta
a bela noite-estrelada
Alberto Centurião
Sampa, lá pelos anos 70
domingo, 22 de maio de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Ponto Morto
Os tempos se exauriram
Os caminhos se fecharam
Os filões são esgotados
Aquelas veredas abertas há cem ou duzentos anos
nos trouxeram aonde estamos
mas não nos levam além
Parados em pleno desvio
Aqui agora livres
Desarraigados desapegados desprogramados
Desabitados das velhas idéias
Desabituados de antigos procedimentos
Desaculturados
Sem já mais prestar culto aos ancestrais
Cruzamos a linha de chegada pisando fundo no ponto de partida
Onde tudo se acaba é que tudo se inicia
É bom que me lembre antes que me esqueça
Afinal todo fim é um novo começo
Quando engato o ponto morto aí mesmo é que ressuscito.
Alberto Centurião
Sampa, 23/11/2007
Os caminhos se fecharam
Os filões são esgotados
Aquelas veredas abertas há cem ou duzentos anos
nos trouxeram aonde estamos
mas não nos levam além
Parados em pleno desvio
Aqui agora livres
Desarraigados desapegados desprogramados
Desabitados das velhas idéias
Desabituados de antigos procedimentos
Desaculturados
Sem já mais prestar culto aos ancestrais
Cruzamos a linha de chegada pisando fundo no ponto de partida
Onde tudo se acaba é que tudo se inicia
É bom que me lembre antes que me esqueça
Afinal todo fim é um novo começo
Quando engato o ponto morto aí mesmo é que ressuscito.
Alberto Centurião
Sampa, 23/11/2007
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domingo, 30 de janeiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
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