quinta-feira, 26 de maio de 2011

Seis horas

Um sino tange
um som pungente
de velhos poetas
na volta do tempo

Há sombras de nuvens que passam
devagar como se parassem
e um antiquado sol amarelado
na beira da estrada apascentando ovelhas

Uma poeirinha
subindo de mansinho
qual tímida nuvenzinha
que vai sumindo devagarinho
até ficar paradinha e fininha
penduradinha no ar bem quietinha

Então
mais parado ainda
recomeça o lento movimento lento
e a gema de ovo do sol
vai cair na frigideira do ocaso
na floresta fogueira imensa
e o horizonte em volta dele-gema
fica coalhado de nuvens-claras
e quando bem frito fica pronta
a bela noite-estrelada

Alberto Centurião
Sampa, lá pelos anos 70

Um comentário:

  1. Teje linkado, Centurião.

    Por falar em anos 70, lá pelo início dos anos 90 o Marcos Prado volta e meia comentava sobre você e seus poemas digitais (feitos no mostrador de relógio) -- e a tradução do livro de Tao fala por si...

    ResponderExcluir