quinta-feira, 7 de março de 2013

poema à flor da boca


olho a ilha
diviso a divisa
as palavras estão lá dentro
mas não têm motivo para sair
então ficam
recatadas
à espera
inquieta mente espreita
vadia mão divaga
tudo é véspera tensão estática
tudo é quase
então
aflora a fala à flor da pena
e a mão num gesto rápido
captura no ato
o que instantes antes
atenta a mente capta
e o poeta tira de letra
água de pedra
flores do estrume
lírios do pântano
folhas de grama
frutos da estação

AC – Sampa, 06/03/2013

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